8 minutos do TikTok é suficiente para fazer isso com sua saúde

Um novo estudo da Universidade Charles Sturt, na Austrália, revelou que o consumo constante de conteúdo a favor da anorexia no TikTok pode ter sérias consequências para a saúde mental.

De acordo com a pesquisa, passar muito tempo nas redes sociais, especialmente assistindo a vídeos que promovem distúrbios alimentares, pode prejudicar a autoestima e aumentar o risco de desenvolvimento de transtornos alimentares entre mulheres jovens.

A constante exposição a imagens idealizadas e a comparação com outras pessoas podem gerar um sentimento de inadequação e insatisfação com o próprio corpo, desencadeando comportamentos alimentares disfuncionais.”

o consumo constante de conteúdo a favor da anorexia no TikTok pode ter sérias consequências para a saúde mental.(Foto: Jeane de Oliveira / Noticiadamanha.com.br).

Exposição ao conteúdo e seus efeitos imediatos

O estudo, publicado na quarta-feira na revista científica PLOS ONE, destaca que a exposição a menos de 10 minutos de conteúdo explícito e implícito relacionado à anorexia no TikTok teve efeitos negativos imediatos na percepção da imagem corporal das participantes.

“Nosso estudo demonstrou que mesmo uma breve exposição ao conteúdo pró-anorexia pode ter consequências adversas para os estados de imagem corporal e para a internalização dos ideais de aparência”, explicaram os pesquisadores.

Mais detalhes da pesquisa

A pesquisa envolveu 273 mulheres universitárias australianas com idades entre 18 e 28 anos. Os participantes foram questionados sobre seu uso do TikTok, a imagem corporal e suas atitudes em relação aos padrões de beleza.

O estudo focou na detecção de sintomas de distúrbios alimentares e no risco de ortorexia, que é uma obsessão não saudável por alimentos considerados ‘puros’ ou ‘saudáveis’.

Os participantes foram divididos em dois grupos. Um grupo assistiu a sete a oito minutos de conteúdo relacionado a distúrbios alimentares no TikTok, que incluía vídeos de pessoas com comportamentos extremos para perder peso, como comer gelo ou mastigar chiclete para inibir a fome. O outro grupo viu conteúdos neutros, como vídeos sobre natureza, culinária, animais ou comédia.

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Os Resultados

Após a exposição aos vídeos, ambos os grupos mostraram uma redução na satisfação com sua imagem corporal.

No entanto, as mulheres que assistiram ao conteúdo favorável à anorexia relataram uma queda significativa na autoestima e uma internalização mais profunda da crença de que é crucial ser magro. Por outro lado, a exposição ao conteúdo neutro não provocou tais efeitos negativos.

Além disso, as mulheres que usaram o TikTok por mais de duas horas diárias relataram um aumento em comportamentos alimentares desordenados, embora os pesquisadores notaram que essa associação não foi estatisticamente significativa.

Recomendações dos Pesquisadores

Necessidade de Regulamentação Robusta: É necessária uma regulamentação mais efetiva para combater o problema.

Implementação de Controles Rigorosos: Sugestão para adotar medidas mais severas sobre conteúdos no TikTok que promovem anorexia e distúrbios alimentares.

Bloqueio de Buscas: Medidas atuais incluem o bloqueio de buscas relacionadas a “anorexia”.

Contornando Controles: Usuários frequentemente encontram formas de contornar esses controles.

Mudanças nas Diretrizes do TikTok

Vale ressaltar que os dados deste estudo foram coletados em 2021, quase três anos antes de o TikTok atualizar suas diretrizes comunitárias em abril para remover conteúdo prejudicial relacionado à perda de peso.

  • Proibição de Conteúdo Prejudicial: A plataforma agora proíbe a exibição e promoção de distúrbios alimentares e comportamentos perigosos relacionados à perda de peso.
  • Necessidade de Vigilância Contínua: O estudo destaca a importância de monitorar e aprimorar continuamente as políticas de controle de conteúdo.
  • Proteção da Saúde Mental: É essencial proteger a saúde mental dos usuários, especialmente jovens impressionáveis, contra conteúdos prejudiciais.

Com a crescente influência das mídias sociais na formação das percepções sobre imagem corporal, a regulamentação eficaz e a educação digital são essenciais para mitigar os riscos associados à exposição a conteúdos prejudiciais.