O grande prédio de luxo que se tornou “mal-assombrado” em São Paulo

O Edifício Martinelli, uma vez símbolo de luxo e opulência no coração de São Paulo, hoje carrega consigo histórias que beiram o sobrenatural, transformando-o em uma espécie de “prédio mal-assombrado” na narrativa popular.

O Edifício Martinelli, erguido no centro histórico de São Paulo, carrega em suas estruturas mais do que concreto e aço. (Foto divulgação)
O Edifício Martinelli, erguido no centro histórico de São Paulo, carrega em suas estruturas mais do que concreto e aço. (Foto divulgação)

Grande prédio de luxo que se tornou “mal-assombrado”

O Edifício Martinelli, erguido no centro histórico de São Paulo, carrega em suas estruturas mais do que concreto e aço: ele abriga uma rica e complexa história que se entrelaça com o próprio desenvolvimento da cidade.

Iniciada em 1924, sua construção foi uma empreitada ambiciosa do empresário italiano Giuseppe Martinelli, que desejava ver São Paulo se erguer verticalmente, assim como as grandes metrópoles europeias e norte-americanas da época.

Naquele tempo, era incomum ver edificações ultrapassando cinco andares, mas o Martinelli desafiou esses padrões e se tornou o primeiro arranha-céu da metrópole, com mais de 100 metros de altura. Sua arquitetura imponente e inovadora não só transformou a paisagem urbana de São Paulo, mas também simbolizou o progresso e a modernidade, atraindo a elite paulistana e diversos negócios de prestígio.

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Histórias assustadoras do edifício

Porém, é na aura de mistério e nos relatos de eventos inexplicáveis que o edifício ganhou sua notoriedade atual. Histórias de poltergeists, elevadores que se movem por conta própria, aparições de uma loira misteriosa e os ecos de crimes não resolvidos compõem o folclore em torno deste marco arquitetônico.

Após a perda da fortuna de Martinelli com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, o edifício passou por várias mãos, incluindo do governo italiano e, posteriormente, do governo brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial.

O declínio começou quando, vazio, o prédio passou a ser ocupado irregularmente, tornando-se um cortiço. É deste período que surgem as lendas urbanas que persistem até hoje.

Histórias de violência, assassinatos e mortes misteriosas, como as do garoto Davilson Gelisek em 1947, da jovem Neide em 1965 e da adolescente Rosa em 1972, alimentaram a reputação do edifício como um local assombrado.

A descoberta de ossadas humanas no fosso do elevador durante a restauração na década de 1970 apenas intensificou a mística em torno do Martinelli, fazendo deste grandioso edifício um personagem enigmático na paisagem urbana de São Paulo.

Outros edifícios mal assombrados

Além do Edifício Martinelli em São Paulo, o Brasil abriga outras construções célebres por suas histórias misteriosas e lendas urbanas, contribuindo para o fascínio por lugares considerados “mal-assombrados“.

Um exemplo notório é o Teatro Amazonas, em Manaus, palco de ricas histórias e lendas. Inaugurado em 1896, este teatro é um dos principais símbolos da época da borracha e dizem que abriga o espírito de uma bailarina que morreu tragicamente.

Visitantes e funcionários relatam ter visto sua figura vagando pelo teatro ou ouvido passos e sussurros nas áreas mais antigas do prédio. Essas narrativas se entrelaçam com a história cultural de Manaus, adicionando uma camada de mistério e encanto ao local.

No Rio de Janeiro, o Castelo de Itaipava também figura entre as construções brasileiras envoltas em aura sobrenatural. Construído na década de 1920 pelo barão J. Smith de Vasconcellos, o castelo foi inspirado nas construções medievais europeias e desde então tem sido associado a diversas histórias de aparições fantasmagóricas e acontecimentos inexplicáveis.

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