Reforma pode encarecer o chocolate depois do almoço; entenda

Você já deve ter percebido que alimentos industrializados têm ficado mais caros ano após ano. Seu chocolate, por exemplo, não apenas aumentou de preço, como teve seu tamanho reduzido por conta da chamada reduflação. No entanto, os alimentos industrializados de forma em geral entraram no radar da Reforma Tributária devido às preocupações dos órgãos de saúde e seus preços podem ficar ainda mais abusivos. Entenda os motivos, logo a seguir.

Você já deve ter percebido que alimentos industrializados têm ficado mais caros ano após ano. Seu chocolate, por exemplo, não apenas aumentou de preço, como teve seu tamanho reduzido por conta da chamada reduflação. No entanto, os alimentos industrializados de forma em geral entraram no radar da Reforma Tributária devido às preocupações dos órgãos de saúde e seus preços podem ficar ainda mais abusivos. Entenda os motivos, logo a seguir.
Reforma pode encarecer o chocolate depois do almoço; entenda. | Foto: Reprodução / Freepik

Doces mais salgados

Não há dúvidas de que os alimentos processados têm se tornado extremamente comuns nas casas ao redor do mundo. Tanto por conta de sua conveniência quanto ao sabor viciante, os produtos em embalagens plásticas, potes ou pacotes se transformaram em itens essenciais nas listas de compras de muitas famílias.

Além disso, esses produtos frequentemente são mais econômicos do que seus ‘concorrentes’ naturais, o que tornou sua compra uma armadilha sedutora para os consumidores. No entanto, com a evolução das pesquisas sobre o consumo de alimentos industrializados, se tornou evidente que uma dieta baseada nesses produtos pode ter consequências devastadoras para a saúde dos consumidores.

Os elevados níveis de sódio, gordura e açúcar presentes nesses alimentos estão associados a problemas cardíacos, diabetes, obesidade e outras doenças crônicas. Mas de que forma essas propriedades nocivas poderiam influenciar nos respectivos preços dos produtos? Continue a leitura e entenda mais detalhes, a seguir.

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Tributos altos para ‘salvar’ a sua saúde

Com o objetivo de desencorajar o consumo desses alimentos, foram estabelecidas novas regulamentações relacionadas às informações nas embalagens. O objetivo principal é conscientizar os consumidores sobre os altos teores de componentes prejudiciais presentes nos produtos processados. No entanto, dado que essa medida não se mostrou suficiente para reduzir o consumo, vários países, incluindo o Brasil, estão explorando abordagens mais drásticas, como encarecer os preços destes produtos.

O que a comida industrializada tem a ver com a Reforma Tributária?

De acordo com estudos realizados no Brasil, aproximadamente 10,5% das mortes prematuras entre os brasileiros em 2019 foram atribuídas ao consumo desenfreado de alimentos industrializados. Além disso, pesquisas recentes demonstraram que esses produtos aumentam o risco de declínio cognitivo entre os consumidores.

Mais de 80 países já adotaram a mesma tática

Diante da dificuldade em modificar os padrões alimentares da população, alguns países estão optando por taxar os produtos industrializados. O objetivo é elevar os preços a fim de desencorajar a compra desses produtos. Aumentar os impostos sobre produtos ricos em açúcar já foi implementado no Chile, México e em mais de 80 países.

No Reino Unido, um imposto sobre bebidas açucaradas foi introduzido em 2018, e isso resultou em uma redução de 8% na taxa de obesidade infantil nos primeiros 19 meses após a implementação da taxação. No Brasil, a ideia de taxar alimentos industrializados está ganhando força como parte da Reforma Tributária.

O pesquisador Eduardo Nilson, da USP, enfatiza: “É fundamental tributar produtos prejudiciais e subsidiar alimentos minimamente processados para atender às necessidades da população mais vulnerável”.

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