Consignado do Bolsa Família tem novidades; veja o que mudou

Mudanças no Bolsa Família? Em um movimento que gerou polêmica e reacendeu o debate sobre a vulnerabilidade social no Brasil, o Supremo Tribunal Federal decidiu que beneficiários de programas de transferência de renda têm, de acordo com a Constituição, o direito de contratar empréstimos consignados. A decisão chega em um contexto em que o governo federal havia recentemente proibido essa modalidade de empréstimo para os beneficiários do Bolsa Família. Quer entender as implicações dessa decisão para milhões de brasileiros? Acompanhe os detalhes a seguir.

Consignado do Bolsa Família tem novidades; veja o que mudou
O STF autorizou que os beneficiários do Bolsa Família contratem empréstimos consignados, mas o governo federal vedou essa concessão. Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / noticiadamanha.com.br

Consignado do Bolsa Família

Na última terça-feira, dia 12, o STF deliberou que as pessoas que recebem auxílios de programas sociais, incluindo o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), podem sim fazer empréstimos consignados. Essa decisão parece ir na contramão de ações recentes do governo federal. Em março deste ano, a Medida Provisória nº 1.164 foi publicada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e em junho, convertida na Lei nº 14.601 pelo Congresso Nacional, proibindo especificamente empréstimos consignados para beneficiários do Bolsa Família.

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O Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, do Partido dos Trabalhadores (PT), defendeu que o principal foco do Bolsa Família é fornecer recursos para alimentação às famílias em condições de vulnerabilidade social. Segundo ele, o Bolsa Família não é um salário, mas uma forma de transferir renda para famílias que vivem abaixo da linha da pobreza. Para o ministro, a utilização desses recursos para pagar juros e encargos de um empréstimo poderia comprometer a eficácia do programa social.

A questão dos empréstimos consignados ganhou destaque quando, em agosto de 2022, o Decreto nº 11.170 autorizou essa modalidade de crédito para os beneficiários do então chamado Auxílio Brasil, que mais tarde foi convertido no novo Bolsa Família. A decisão permitia que parte dos valores recebidos fosse automaticamente destinada para a quitação de empréstimos e financiamentos.

Apesar da revogação dessa possibilidade pelo governo Lula, a Previdência Social optou por manter a opção de empréstimo consignado para os beneficiários do BPC, que é destinado a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade. Isso mostra que, mesmo dentro do próprio governo, há divergências sobre a adequação dessa modalidade de crédito para os beneficiários de programas sociais.

Repercussão

O debate agora se volta para as implicações éticas e práticas dessa decisão do STF. Enquanto alguns argumentam que o acesso a empréstimos pode ser uma ferramenta valiosa para famílias que enfrentam emergências financeiras, outros questionam se esta é a melhor forma de assistir a população mais carente, considerando o risco de endividamento e as altas taxas de juros.

Além disso, fica a questão de como o governo federal irá reagir a essa decisão do STF. O posicionamento da Suprema Corte pode levar a uma revisão das políticas atuais e trazer novas discussões no Congresso Nacional sobre a melhor forma de proteger e assistir as famílias em vulnerabilidade, sem expô-las a riscos financeiros adicionais.

Com isso, a decisão do STF adiciona uma nova camada de complexidade ao já delicado equilíbrio entre assistência social e responsabilidade fiscal. Ela também reacende debates sobre como os programas sociais podem ser desenhados para fornecer não apenas uma rede de segurança, mas também oportunidades para aqueles que estão em situação de maior vulnerabilidade social no país.

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