Em 25 anos, casos de demência devem triplicar; entenda

Segundo pesquisa recente, é estimado que cerca de 50 milhões de pessoas a nível global vivenciem variações de transtornos de demência. Há, ainda, um aumento médio de aproximadamente 10 milhões de novos casos todos os anos. Se a média permanecer em tal evolução, acredita-se que mais de 150 milhões de pessoas possam ser afetadas por demência até 2050. A seguir, entenda o que é o transtorno de demência, seus sintomas e quais as formas de tratamento conhecidas.

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Segundo pesquisa recente, é estimado que cerca de 50 milhões de pessoas a nível global vivenciem variações de transtornos de demência. | Imagem: arquivo / Free Pik

Desafio Global da Demência: Números, Desafios e Soluções

Atualmente, cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo vivenciam diferentes formas de transtornos de demência. Anualmente, há um aumento médio de aproximadamente 10 milhões de novos casos. Seguindo essa tendência, é estimado que mais de 150 milhões de pessoas possam ser afetadas por demência até 2050.

Contudo, esses números alarmantes podem ser ainda maiores. As estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) baseiam-se em dados de apenas 21 países, ignorando assim a maioria das nações. Vale ressaltar que a incidência de demência é mais elevada em regiões menos desenvolvidas, onde recursos clínicos são escassos.

Custos com tratamento podem chegar a US$ 2 trilhões em 7 anos

Um recente relatório da OMS revela que até 2030, os custos relacionados ao tratamento da demência devem mais que dobrar, passando dos atuais US$ 818 bilhões anuais para cerca de US$ 2 trilhões. Esses custos abrangem assistência médica, serviços sociais, atenção especializada e salários dos profissionais envolvidos nos cuidados. A OMS enfatiza que tal encargo financeiro pode prejudicar tanto o desenvolvimento econômico quanto social, ao sobrecarregar os sistemas de saúde e serviços sociais.

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Entenda melhor o que está por trás da demência

A demência, de acordo com a definição da geriatria, engloba diversos distúrbios crônicos ou progressivos. A forma mais comum é a doença de Alzheimer, responsável por até 70% dos casos. Os sintomas frequentemente incluem perda de capacidades cognitivas, déficits de memória, dificuldades com números e palavras, mudanças de humor e comportamento. Essas consequências levam os pacientes a perderem a autonomia em tarefas rotineiras simples, como fazer compras ou gerenciar finanças.

Apesar de ser mais comum em idosos, a demência não deve ser considerada uma parte natural do envelhecimento. Ela pode afetar pessoas de qualquer idade, uma vez que é causada por disfunções cerebrais. Detectar a condição em seus estágios iniciais é fundamental para proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente e seus familiares.

Inovação no combate à doença

Em um esforço para enfrentar esse desafio, a OMS lançou o Observatório Global da Demência. Este portal tem a finalidade de monitorar o progresso na prestação de serviços e políticas públicas relacionadas ao tema. A plataforma facilita a análise de casos, permitindo a definição de medidas para atendimento, tratamento e prevenção.

O Observatório aponta que até 90% dos portadores de demência não têm consciência de sua condição. Felizmente, a conscientização sobre demência está sendo promovida em muitos países. Até o momento, 81% das nações analisadas pela OMS implementaram campanhas de informação e prevenção.

Metas para um futuro mais consciente

Essas ações fazem parte de um plano de ação global para políticas públicas, com prazo de implementação até 2025. As sete metas desse plano são:

  1. Pelo menos 75% dos países devem desenvolver políticas, planos e estratégias para demência.
  2. Incentivo à conscientização e à criação de “iniciativas amigas” em todos os países.
  3. Identificação e redução de fatores de risco para melhor prevenção e controle da doença.
  4. Diagnóstico de pelo menos 50% dos portadores de demência em 50% dos países.
  5. Fornecimento de suporte e treinamento para cuidadores e familiares em pelo menos 75% dos países.
  6. Disponibilização de dados e indicadores sobre demência em pelo menos 50% dos países.
  7. Duplicação da produção global de pesquisas sobre demência.

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