Após a morte, cérebro continua ativo por 30 segundos e com força total

Curiosidade sobre o cérebro humano – Na última etapa da vida, um fenômeno misterioso se desvela no cérebro humano. Cientistas canadenses tiveram uma surpreendente revelação, fruto de um inesperado incidente, que sugere que, nos instantes finais, a mente pode, literalmente, rever momentos passados.

Após a morte, cérebro continua ativo por 30 segundos e com força total
A pesquisa canadense trouxe novas perspectivas sobre o funcionamento do cérebro na hora da morte, sugerindo que memórias e sensações podem surgir nesse momento único. Foto: divulgação

Cérebro no pós-morte

O intrigante caso foi protagonizado por um idoso de 87 anos que estava sendo monitorado para a análise de ondas cerebrais, uma vez que havia sido diagnosticado com epilepsia. Durante um exame de eletroencefalograma, um procedimento rotineiro, o paciente sofreu uma parada cardíaca. O incidente permitiu aos pesquisadores observar diretamente a atividade cerebral do indivíduo nos últimos momentos de sua existência.

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Este inusitado episódio proporcionou uma oportunidade singular para os especialistas analisarem os eventos cerebrais que acontecem na iminência da morte. Os dados, publicados em 2022 no renomado periódico “Frontiers in Aging Neuroscience”, revelaram que, tanto nos 30 segundos que antecederam quanto nos 30 segundos que sucederam o óbito do paciente, houve uma liberação massiva de ondas gama de 32 Hz.

Estas ondas, de particular interesse, são comumente associadas à fase mais profunda e inconsciente do sono, a fase R.E.M. Durante essa fase, o cérebro muitas vezes vivencia intensas atividades oníricas. Além disso, experiências de memórias vívidas, alucinações e até sensações de projeção fora do corpo, como as relatadas por indivíduos que experimentam paralisia do sono, estão associadas a esse tipo de atividade cerebral.

Essas descobertas levaram os cientistas a especular se, de fato, o paciente teria “assistido” a um tipo de filme retrospectivo de sua vida naqueles momentos decisivos. A natureza exata desse “filme” permanece um enigma, mas, conforme comentou o coautor do estudo, Ajmal Zemmar, à BBC, “Se eu fosse adentrar o reino filosófico, especularia que, se o cérebro realizasse uma recapitulação, ele provavelmente priorizaria as memórias mais agradáveis em detrimento das desagradáveis.”

Atividade cerebral

Outro dado que instigou os pesquisadores foi a observação de que o cérebro continuou fervilhando em atividade durante 30 segundos após a declaração oficial de morte. Este achado parece corroborar um estudo norte-americano de 2013, que também identificou padrões cerebrais pós-morte.

No entanto, é preciso cautela. A experiência do idoso canadense, apesar de fascinante, não fornece uma resposta definitiva sobre o que ocorre nos últimos instantes da vida de todos os seres humanos. Ainda são necessárias investigações mais amplas e profundas para compreender a extensão e a natureza exata da atividade cerebral nos momentos finais da existência.

Zemmar, ao refletir sobre a descoberta, evidencia o caráter místico que permeia tais observações. “Há algo místico e espiritual em toda essa experiência de quase morte”, compartilhou.

A morte, com suas incertezas e mistérios, continua a ser um dos maiores enigmas da humanidade. E enquanto as descobertas canadenses não resolvem o mistério em sua totalidade, elas certamente adicionam uma nova dimensão ao nosso entendimento dos últimos momentos da vida.

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