Quanto você tem que pagar para o INSS se perder o emprego?

Preciso pagar ao INSS se estiver sem emprego? A complexidade de planejar a própria aposentadoria na atualidade gera dilemas que angustiam a classe trabalhadora, especialmente quando se é um profissional autônomo. Se de repente você se encontrar sem emprego, já ponderou o quanto terá que contribuir para o INSS para garantir o mesmo futuro que teria com a carteira assinada? Essa questão, que envolve planejamento financeiro, compreensão dos benefícios da Previdência Social, e um olhar para possíveis investimentos alternativos, é o núcleo de uma investigação mais profunda realizada pelo EXTRA com a ajuda de especialistas.

Quanto você tem que pagar para o INSS se perder o emprego?
Para garantir uma aposentadoria futura, é preciso pagar o INSS mensalmente, contribuindo para a sua segurança financeira. Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / noticiadamanha.com.br

Como devo o INSS após perder o emprego?

Para entender as variáveis da contribuição ao INSS após deixar o emprego formal, o EXTRA consultou Emerson Lemes, contador e associado ao Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP). Ele elaborou uma simulação que considera os salários médios dos empregados formais e os respectivos valores descontados de seus contracheques para contribuição previdenciária. A projeção também analisa os recolhimentos necessários para os autônomos, desde o salário mínimo até o teto previdenciário, que atualmente é de R$ 7.507,49.

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A questão de se é vantajoso investir no INSS ou em outros investimentos também foi discutida com especialistas. A Previdência Social é vista como sempre vantajosa, pois requer menos planejamento e conhecimento, mas alguns aconselham outras aplicações financeiras. Tatiana de Jesus, uma nutricionista de 49 anos que deixou o emprego formal, expressa sua preocupação em manter o padrão de vida que projetava para o futuro, incluindo a contribuição mensal ao INSS.

Para além da aposentadoria, a planejadora financeira Myrian Lund, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV), aponta para o INSS como uma espécie de seguro que oferece benefícios adicionais, como auxílio-doença e salário-maternidade. Segundo ela, é crucial manter a contribuição, pois garante renda futura, mas alerta sobre os perigos de tentar administrar investimentos sem disciplina e conhecimento adequado.

O professor e economista Gilberto Braga também concorda que a contribuição ao INSS vai além da aposentadoria, servindo como um seguro que oferece outras garantias. Ele ressalta a importância de considerar a contribuição ao INSS dependendo da atividade exercida, especialmente em casos de risco, e também reconhece o valor dos recolhimentos contínuos, mesmo em valores menores.

Adriana Bramante, presidente do IBDP, lembra que, como contribuinte individual, o percentual é de 20% sobre a renda mensal, enquanto como empregado é até 14%. Contudo, ela é cautelosa sobre a melhor opção a seguir após o desemprego e enfatiza a necessidade de um planejamento cuidadoso.

Outras questões importantes

A questão de como recolher também é abordada. É obrigatório ter uma atividade remunerada para se inscrever como autônomo, e a obrigação de fazer recolhimentos para o INSS é totalmente do indivíduo. O processo de recolhimento, desde a geração da Guia da Previdência Social (GPS) até a escolha dos códigos corretos, pode ser realizado pelo site do INSS (https://l1nk.dev/Oh5rM) e outros recursos disponíveis (https://l1nk.dev/hSkNJ).

Para aqueles que preferem investir em uma aplicação, Myrian Lund reitera a necessidade de avaliar a capacidade de poupar dinheiro regularmente. Ela destaca que poucas pessoas são disciplinadas o suficiente para gerir seus investimentos e recomenda opções como IPCA+ ou Renda+, mas somente para aqueles determinados e analíticos.

Em suma, o dilema entre continuar contribuindo para o INSS ou buscar outras formas de investimento após perder o emprego formal é complexo e exige uma análise cuidadosa das opções disponíveis. O futuro da aposentadoria, bem como outros benefícios associados ao INSS, requerem uma visão holística que leve em consideração as necessidades individuais e a capacidade de gestão financeira de cada pessoa.

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