Espécie que ficou 46 MIL anos congelada volta à vida

Cientistas recentemente despertaram uma espécie de invertebrado do solo que permaneceu congelado, porém em estado de hibernação, por aproximadamente 46.000 anos, um feito que supera as reanimações anteriores de sua espécie. Segundo os especialistas, o invertebrado da classe dos nematóides estava em criptobiose, um estado que permite a certos animais resistir a condições extremas. Saiba mais detalhes sobre a incrível descoberta logo abaixo.

Espécie que ficou 46 mil anos congelada volta à vida. | Foto: Reprodução / Internet

Campeão da Criptobiose

Abrace o extraordinário. No reino animal, maravilhas de sobrevivência frequentemente nos surpreendem. Uma delas é a criptobiose, um estado que permite a certos animais resistir a condições extremas, como os notáveis tardígrados que sobreviveram ao inóspito espaço sideral. No entanto, esta semana revelou um novo campeão na liga da criptobiose, uma criatura capaz de sobreviver milênios em estado de dormência.

No domínio sob nossos pés, os nematóides do solo, pequenos invertebrados que não chamam a atenção, desempenham um papel fundamental, atuando como indicadores da qualidade do solo. Conhecidos por sua adaptabilidade, agora eles mostraram um talento para a sobrevivência que supera nossa imaginação mais selvagem. Cientistas recentemente despertaram um exemplar da espécie que permaneceu adormecido por aproximadamente 46.000 anos, um feito que supera as reanimações anteriores de sua espécie.

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Descoberta da Criptobiose Estendida

Isso não é uma novidade para a espécie; espécimes anteriores foram despertados de uma toca fóssil no Ártico. No estudo mais recente, a análise de radiocarbono localizou o esconderijo gelado do nematoide na era do Pleistoceno tardio. Foi aqui, profundamente abaixo da superfície gelada, que a criatura suportou uma hibernação inimaginável.

A sequenciação do genoma e a análise filogenética nos apresentaram a uma espécie previamente desconhecida, Panagrolaimus kolymaensis. Um mergulho mais profundo na genética revelou genes compartilhados relacionados à criptobiose entre este antigo nematoide e um organismo modelo contemporâneo, Caenorhabditis elegans. Ambos aumentam a produção de trealose, um açúcar raro, o que pode fornecer uma pista para sua resistência extrema ao frio.

Curiosamente, os pesquisadores também observaram que a dessecação suave antes do congelamento auxilia na preparação criptobiótica dessas criaturas, aumentando a sobrevivência em temperaturas frias. No caso de C. elegans, essa exposição estende sua sobrevivência para 480 dias a -80ºC, sem impactar sua vitalidade ou reprodução após o degelo.

Do Renascimento de Espécies à Mudança Climática

Essas descobertas estendem dramaticamente nosso entendimento da duração da criptobiose em nematoides, catapultando-a por dezenas de milhares de anos. É um salto enorme do recorde anterior estabelecido por um tardígrado, que suportou 30 anos de dormência gelada no Polo Sul sob condições extremas.

Esse conhecimento não apenas aprofunda nossa apreciação pela longevidade dessas espécies, mas também pode abrir o caminho para reviver potencialmente espécies extintas. Outra espécie de nematoide, conhecida como microlombriga de Jaén, fornece valiosos insights sobre as mudanças climáticas. Esta pequena criatura se alimenta de bactérias em matéria decomposta, tornando-se um útil “bioindicador” da qualidade do solo e sinais de mudanças climáticas.

O humilde nematoide, portanto, serve como um lembrete notável da resiliência da vida, ecoando as possibilidades que existem no domínio da sobrevivência extrema, do renascimento de espécies extintas e da mitigação das mudanças climáticas. Verdadeiramente, este habitante subterrâneo tem mais a nos contar do que aparenta.

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