Fim do WhatsApp ilimitado pode afetar brasileiros de baixa renda

WhatsApp ilimitado vai acabar? A perspectiva de uma mudança significativa no mercado de telefonia móvel brasileiro está gerando repercussões diversas. Tim, Vivo e Claro, as três principais operadoras de telefonia móvel do país, estão considerando a possibilidade de encerrar o serviço de acesso ilimitado ao WhatsApp, uma das principais vantagens oferecidas aos seus clientes. Esta alteração pode influenciar o comportamento de milhões de brasileiros, que utilizam o aplicativo como sua principal forma de comunicação.

Fim do WhatsApp ilimitado pode afetar brasileiros de baixa renda
As principais operadoras estudam pôr fim ao acesso ilimitado ao WhatsApp devido aos custos do 5G. Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / noticiadamanha.com.br

WhatsApp não será mais ilimitado no Brasil?

A decisão das operadoras está vinculada ao custo de implementação da tecnologia 5G, que promete acelerar consideravelmente a velocidade das conexões móveis. Atualmente, estas empresas comercializam pacotes de dados com uma franquia limite de consumo, porém, em acordo com empresas de tecnologia, certos aplicativos, como o WhatsApp, são excluídos desta contagem de dados consumidos.

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No cenário nacional, a oferta de acesso ilimitado ao WhatsApp tornou-se um elemento crucial na aquisição de novos clientes para os planos de telefonia móvel. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, conhecida como TIC Domicílios, 62% dos brasileiros acessam a internet exclusivamente por meio de dispositivos móveis. A pesquisa revelou ainda que o principal uso desses dispositivos é a troca de mensagens, tornando o WhatsApp um elemento central na vida digital dos brasileiros.

Decisão pode afetar consumidores de baixa renda

Segundo a advogada Lorrana Gomes, especialista em direito do consumidor, a decisão das operadoras tende a afetar especialmente os consumidores de baixa renda que dependem dos pacotes de dados para se comunicarem. Ela esclarece que, no momento da contratação do pacote, existem termos que estipulam o prazo de validade das condições oferecidas e que, ao ultrapassar este prazo, as operadoras podem limitar o uso a aplicativos específicos previamente definidos no contrato.

“Depois deste prazo de validade, é possível que haja uma limitação do WhatsApp, mas isso vai variar de acordo com o plano de cada consumidor e com a especificidade de cada contrato. As operadoras, em geral, não são obrigadas a manter a condição de forma fixa”, explica Lorrana.

Entretanto, é imperativo que as operadoras informem seus clientes com antecedência sobre qualquer alteração no contrato. A advogada esclarece que “é provável que as operadoras façam uma notificação prévia a cada cliente, explicando sobre o fim ou a alteração dos pacotes que incluem o WhatsApp ilimitado, dando um prazo para que o consumidor se adapte”.

Gomes enfatiza que a alteração no contrato não infringe as leis consumeristas do Brasil, desde que sejam cumpridos todos os detalhes do processo de notificação prévia. Ela alerta, no entanto, que o maior impacto será sentido pelos consumidores.

O empresário Phillip Oliveira vê a medida como prejudicial para profissionais que utilizam o aplicativo em suas atividades de trabalho. “Essa atitude das operadoras é uma tentativa de aumentar os lucros às custas da população. Já pagamos planos caros para a realidade do brasileiro. O mínimo que as empresas de telefonia deveriam fazer é oferecer o básico para comunicação. A retirada do WhatsApp ilimitado prejudicará muitas pessoas que dependem disso para trabalhar”, argumenta Phillip.

Por outro lado, as operadoras alegam que para fornecer os serviços ilimitados, assumem custos de fornecimentos de dados ou cobram esses valores dos provedores dos aplicativos. Esta tensão entre consumidores e empresas de telefonia promete uma série de discussões sobre a garantia de direitos dos consumidores e a sustentabilidade financeira das operadoras no contexto da implementação da tecnologia 5G.

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