Novo estudo revela os riscos do vírus H5N1 em gatos e acende alerta sobre a possível evolução da gripe aviária
Um novo estudo trouxe à tona um alerta: gatos domésticos podem desempenhar um papel significativo na evolução do vírus da gripe aviária H5N1.
Apesar de ainda não haver transmissão comprovada para humanos por meio de felinos, a proximidade com aves infectadas e o consumo de produtos contaminados colocam esses animais como potenciais vetores para mutações perigosas.
Especialistas alertam que essa possibilidade deve ser encarada com seriedade. Isso porque a capacidade do vírus de se adaptar rapidamente preocupa pesquisadores. Somente algumas mutações podem torná-lo mais contagioso, um cenário que exige vigilância tanto em humanos quanto em animais.
O risco de mutações no H5N1
Pesquisas apontam que gatos possuem receptores em órgãos vitais, como pulmões e sistema gastrointestinal, que os tornam hospedeiros potenciais para o H5N1 e o vírus da gripe sazonal.
Essa combinação pode facilitar o rearranjo genético e originar uma cepa com maior capacidade de transmissão.
Casos registrados nos Estados Unidos reforçam a necessidade de atenção.
Em Dakota do Sul, a morte de 10 gatos foi atribuída ao H5N1, identificado como semelhante ao vírus encontrado em uma fazenda próxima. Penas de pássaros infectados próximas aos gatos sugerem que o consumo de aves contaminadas foi a via de transmissão.
Especialistas como Richard Webby, do St. Jude Children’s Research Hospital, destacam que, além de porcos, tradicionalmente vistos como “vasos de mistura” para o vírus, gatos também podem desempenhar um papel.
A versatilidade do H5N1, que já infectou mais de 20 espécies de mamíferos, amplia as preocupações.
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Medidas urgentes para evitar uma crise
A falta de uma abordagem integrada para monitorar o H5N1 em espécies domésticas preocupa especialistas.
Atualmente, a vigilância é fragmentada: enquanto o USDA se concentra em gado e os CDC, em humanos, os animais de estimação ficam fora do escopo. No entanto, gatos, por sua interação frequente com aves e pessoas, representam uma ameaça latente.
Testes em rebanhos leiteiros e o controle de produtos como leite são passos importantes.
Recentemente, o USDA anunciou que ampliará os testes no suprimento nacional de leite. Contudo, o microbiologista Suresh Kuchipudi alerta que, sem uma vigilância mais ampla em animais domésticos, os riscos de mutações e surtos podem ser subestimados.
Com a chegada da temporada de gripe, a chance de coinfecção em gatos aumenta, tornando necessário reforçar medidas de monitoramento e conscientização entre os tutores de felinos.
O que o futuro reserva?
Apesar de ainda não haver evidências de transmissão direta de gatos para humanos, o vírus H5N1 já mostrou ser altamente adaptável, com uma taxa de mortalidade de 67% entre os felinos infectados.
Desde 2022, ao menos 53 casos em gatos domésticos foram registrados nos Estados Unidos, principalmente devido ao consumo de aves contaminadas ou leite cru de vacas infectadas.
Especialistas alertam que, mesmo que o risco de transmissão seja baixo atualmente, negligenciar a vigilância pode permitir que o vírus evolua silenciosamente. A ampliação dos esforços para monitorar não apenas rebanhos, mas também animais domésticos, é essencial para mitigar potenciais crises futuras.
Vigilância integrada é a chave
O H5N1 representa uma ameaça crescente não apenas à saúde dos animais, mas também à segurança global.
Com felinos mostrando suscetibilidade ao vírus, as autoridades precisam agir de forma proativa para monitorar e conter possíveis avanços. Gatos, embora vítimas do vírus, podem se tornar involuntariamente um elo perigoso na cadeia de transmissão.
A vigilância constante é essencial para evitar que essa ameaça se transforme em uma crise de saúde global.