Compras na Shein vão ficar mais caras? E-commerces anunciam más notícias para consumidores

As compras na Shein e na Temu podem sofrer aumento devido às mudanças recentes na alfândega, que acabou com as isenções.

A isenção alfandegária sempre representou uma vantagem significativa para consumidores que compram produtos do exterior, especialmente por meio de lojas virtuais, já que permite que determinadas mercadorias entrem no país sem a cobrança de impostos adicionais.

Essa política costuma incentivar o comércio internacional ao tornar produtos mais acessíveis e competitivos, o que, naturalmente, movimenta o mercado e facilita o acesso a tendências globais por preços bastante reduzidos.

Quando aplicada, a isenção diminui o custo final da compra e atrai milhares de consumidores, sobretudo em sites estrangeiros que oferecem uma enorme variedade de itens. No entanto, alterações nessa regra impactam diretamente o valor pago pelos clientes e podem modificar o comportamento de consumo.

Com a mudança nas regras de isenção, a Shein e a Temu devem aumentar os preços.
Com a mudança nas regras de isenção, a Shein e a Temu devem aumentar os preços. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / noticiademanha.com.br

Fim da isenção alfandegária aumenta preços da Shein e semelhantes

O anúncio do fim da isenção alfandegária para compras internacionais nos Estados Unidos pegou consumidores de surpresa e provocou reação imediata entre as gigantes do e-commerce, incluindo a Shein e a Temu, que rapidamente comunicaram que seus preços sofreriam ajustes a partir de abril.

A decisão do governo de aumentar as tarifas de importação para produtos chineses promete impactar diretamente o bolso dos compradores que costumam aproveitar os preços baixos dessas plataformas, que atraíam os clientes devido ao baratismo.

Com essa medida, o valor das mercadorias passa a incluir impostos mais altos, que antes eram dispensados, o que inevitavelmente altera o atrativo principal dessas lojas, que sempre ofereceram produtos com preços acessíveis.

A nova regra representa uma resposta do governo americano ao crescimento expressivo da entrada de produtos de baixo custo, que saltou de 140 milhões para 1 bilhão em apenas um ano. A estratégia deu certo nos últimos anos, com essas empresas angariando um público extenso.

O volume alarmante acendeu o sinal de alerta em órgãos de fiscalização e, principalmente, em grandes marcas nacionais, que passaram a pressionar o governo pela adoção de medidas mais duras para conter a concorrência internacional.

Assim, a Shein e outras plataformas chinesas, que até então exploravam esse benefício, agora precisam repassar os novos custos aos clientes, o que pode reduzir a vantagem de preço que essas empresas sempre mantiveram sobre as marcas locais.

O aumento das tarifas partiu inicialmente de uma taxa de 30% ou US$ 25 por item, mas em poucos meses sofreu reajustes sucessivos até alcançar US$ 75 por item, segundo anúncio do presidente. Essa decisão acelerou a resposta das empresas, que optaram por avisar os consumidores sobre a mudança.

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Motivos possíveis do fim da isenção

O crescimento exponencial das compras em sites estrangeiros, especialmente nas plataformas chinesas, levou o governo dos Estados Unidos a revisar a política de isenção, motivado não apenas pela proteção da indústria nacional, mas também por preocupações com o fluxo de mercadorias ilegais.

O volume de remessas baratas disparou em 2023, tornando evidente que muitas empresas estavam utilizando esse benefício para driblar impostos e facilitar a entrada de produtos que escapam da fiscalização alfandegária.

Além disso, o lobby de grandes marcas locais pressionou pela mudança, alegando que a prática configurava concorrência desleal. Outro fator decisivo envolve a tentativa de conter o uso indevido das isenções para a entrada de mercadorias ilícitas no território americano, como drogas.

Autoridades relataram aumento considerável de pacotes que não passavam pela fiscalização de forma adequada, o que levou o governo a endurecer as regras para manter a segurança e a ordem no comércio internacional. As plataformas chinesas acabaram se tornando alvo direto dessa política.

Além do impacto fiscal e da segurança, o fim da isenção representa uma estratégia clara de apoio às empresas americanas, que enfrentam dificuldades para competir com os preços das rivais asiáticas. Marcas como Forever 21 apontaram publicamente a Shein e a Temu como responsáveis diretas pela crise.

Diante dessa pressão conjunta de empresas, órgãos de fiscalização e lobby industrial, o governo optou por elevar as tarifas para equilibrar o mercado e reduzir o espaço para manobras comerciais consideradas prejudiciais ao setor produtivo nacional.

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Comprar na Shein vai ficar mais caro?

Com a nova tarifa, o consumidor deve se preparar para pagar mais caro nas compras feitas na Shein, principalmente para produtos importados diretamente da China. A taxa elevada elimina parte do diferencial que fez da marca uma das preferidas do público, o que pode impactar o volume de vendas.

Mesmo com os comunicados das empresas incentivando a antecipação de pedidos antes que os novos preços sejam aplicados, o mercado já se ajusta para refletir o repasse desse custo extra, que não será mais evitável como no passado, infelizmente.

O consumidor que busca economia e costuma aproveitar as ofertas das plataformas chinesas pode precisar reavaliar suas compras a partir de agora. Com os impostos somados ao valor final, produtos que antes saíam por valores muito abaixo dos praticados no mercado americano devem aumentar.

Além disso, o aumento da tarifa pode abrir espaço para transformações no cenário global do e-commerce, já que as marcas afetadas buscarão estratégias para manter clientes, seja com promoções temporárias, frete subsidiado ou campanhas agressivas de marketing.

No entanto, independentemente das ações promocionais, o consumidor precisa se manter atento, calcular o custo total e considerar os impostos antes de comprar, para evitar surpresas no momento da entrega e manter o controle sobre o orçamento.

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