A greve dos peritos do INSS se estendeu por muito tempo, afetando a concessão de benefícios. Finalmente, ela chegou a um fim recentemente.
A perícia médica realizada pelo INSS representa um dos processos mais importantes para trabalhadores que buscam afastamento por problemas de saúde, aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, alguns dos benefícios mais solicitados no instituto.
Esses profissionais avaliam se as condições de saúde realmente justificam a concessão do benefício solicitado, tornando sua atuação decisiva para que o sistema previdenciário mantenha a equidade. Então dá para perceber a importância deles no processo.
No entanto, como qualquer outra categoria profissional, os peritos também enfrentam desafios que vão desde carga horária excessiva até divergências com o governo sobre salários e condições de trabalho. Quando o diálogo não resolve, paralisações podem ocorrer, afetando diretamente os clientes.

Neste artigo, você confere:
O que motivou a greve dos peritos do INSS?
A greve dos peritos do INSS foi motivada por um impasse envolvendo o descumprimento de um acordo firmado em 2022, que previa melhorias salariais e a revisão de condições de trabalho da categoria. Desde agosto de 2024, cerca de 300 profissionais decidiram cruzar os braços em busca de seus direitos.
Esse cenário gerou uma fila crescente de beneficiários que aguardavam por perícias para ter acesso a auxílios e aposentadorias, já que a ausência de profissionais reduziu drasticamente a capacidade de atendimento, afetando mais o processo do que o previsto.
Além da questão salarial, os peritos apontavam a necessidade urgente de estabilidade nas regras que definem o volume de trabalho e cobravam garantias contra riscos funcionais e disciplinares. O impasse, prolongado por meses, manteve o serviço comprometido e afetou o pagamento de milhares.
Mesmo após longas rodadas de negociação, apenas em abril de 2025 o governo e a categoria conseguiram avançar para um acordo parcial, que finalmente foi formalizado e encerrou oficialmente a paralisação, que agora está dissolvida.
O encerramento foi possível após a assinatura de um novo pacto, que, apesar de não atender todas as exigências dos peritos, trouxe garantias mínimas sobre a segurança profissional dos grevistas e abriu espaço para negociações. A decisão foi comunicada pela Associação Nacional dos Médicos Peritos.
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O que apontaram as investigações?
Durante o período de paralisação, o movimento dos peritos do INSS chamou a atenção não só dos segurados prejudicados, mas também dos órgãos de controle e da Justiça, que passaram a acompanhar o caso de perto, o que pode trazer um novo olhar para ele.
Em janeiro de 2025, o Supremo Tribunal Federal solicitou à Procuradoria-Geral da República uma apuração detalhada sobre possíveis abusos cometidos no contexto da greve, principalmente em relação ao cumprimento das funções essenciais ao serviço público.
A partir desse pedido, surgiram suspeitas de que, em algumas situações, os limites legais da greve poderiam ter sido ultrapassados, já que serviços de perícia médica são classificados como essenciais, ou seja, não podem ser completamente suspensos.
A Controladoria-Geral da União também emitiu relatórios alertando para riscos de prejuízos causados ao INSS e aos beneficiários pela longa duração da paralisação e pela sobrecarga de atendimentos represados, que podem ser consultados nos canais oficiais do INSS.
Além disso, a situação levou o próprio INSS a adotar medidas de contingência, como o reagendamento automático de perícias não realizadas e o incentivo ao uso da plataforma Atesmed, que permite perícias médicas por meio documental, reduzindo a dependência da presença física dos peritos grevistas.
Greve dos peritos do INSS chegou ao fim definitivo?
Após 235 dias, a greve dos peritos do INSS foi oficialmente encerrada, com o compromisso de reposição dos atendimentos represados e a devolução dos salários descontados dos grevistas, que eram as principais reinvindicações da classe.
Embora o acordo firmado entre a categoria e o governo não tenha contemplado todas as reivindicações, ele trouxe um ponto de equilíbrio que, pelo menos por enquanto, garante a normalização dos serviços. A categoria considerou o acordo como um passo para abrir futuras discussões.
O retorno ao trabalho, portanto, não eliminou o descontentamento da classe, mas reduziu o risco de novas paralisações a curto prazo, sinalizando uma trégua momentânea. A estabilidade do serviço dependerá, daqui em diante, da manutenção de diálogo entre o governo e os peritos.
Como agendar perícia médica no INSS
Após o fim da greve, o INSS retomou o agendamento de perícias por meio dos canais oficiais, que incluem o aplicativo Meu INSS e o telefone 135, disponível de segunda a sábado, das 7h às 22h. O atendimento, que havia sido prejudicado pela paralisação, agora voltou ao ritmo normal.
Além da possibilidade de marcar o atendimento presencial, o INSS recomenda o uso da perícia documental através do serviço Atesmed para afastamentos de até 180 dias, sempre que o médico responsável indicar essa possibilidade.
Documentos necessários
Para ser atendido presencialmente, o segurado precisa apresentar documento de identificação com foto, laudo médico detalhado com diagnóstico e indicação de tratamento, exames que comprovem a situação de saúde e prescrições médicas que demonstrem o acompanhamento clínico.
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