O microempreendedor tem seu próprio negócio e lucro. Entretanto, muitos podem precisar do apoio de benefícios, o que leva à pergunta se o MEI pode receber Bolsa Família.
O Bolsa Família é um programa de transferência de renda criado pelo governo federal para auxiliar famílias em situação de vulnerabilidade econômica. Ele garante um valor mensal para famílias de baixa renda, ajudando na alimentação, educação e qualidade de vida dos beneficiários.
Além disso, o programa estabelece regras para a permanência dos inscritos, como a atualização do Cadastro Único e a manutenção da frequência escolar das crianças. O objetivo, nesse caso, é garantir também o desenvolvimento dos beneficiários.
Com a reformulação das diretrizes, mais grupos passaram a ser contemplados, incluindo microempreendedores individuais (MEIs). Por isso, entender como funciona o benefício e quem pode acessá-lo é essencial para aqueles que buscam essa assistência financeira.

Neste artigo, você confere:
Cerca de 30% dos MEIs se inscrevem no CadÚnico
Um estudo realizado pelo Sebrae, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), revelou que cerca de 30% dos MEIs no Brasil estão inscritos no Cadastro Único (CadÚnico), o sistema que viabiliza o acesso ao Bolsa Família e outros programas sociais.
A pesquisa também destacou que 52% dos MEIs inscritos no CadÚnico se formalizaram após entrarem nos programas sociais. Esse dado demonstra que a inclusão produtiva tem sido uma ferramenta importante para que famílias de baixa renda busquem autonomia financeira.
O estudo também revelou um fator relevante: a maioria dos MEIs inscritos no Bolsa Família são mulheres, representando 55% do total, enquanto os homens somam 45%. Outro ponto observado é que 42,5% dos MEIs cadastrados no Bolsa Família ainda não possuem renda proveniente do seu negócio.
Além disso, apenas 16% dos microempreendedores individuais inscritos no CadÚnico recebem mais de um salário mínimo por mês. Isso mostra que, embora o empreendedorismo seja uma alternativa para a geração de renda, muitos MEIs ainda enfrentam desafios para alcançar estabilidade financeira.
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Quais as regras para participação no Bolsa Família?
Para ter direito ao Bolsa Família, as famílias precisam atender a critérios específicos de renda e cadastro. O principal requisito é ter uma renda mensal de até R$ 759 por pessoa, o que equivale a meio salário mínimo, que é R$ 1.518 atualmente.
Famílias com renda um pouco maior podem se inscrever no Cadastro Único (CadÚnico) caso aguardem a entrada em outro programa social ou já sejam beneficiárias de alguma política pública assistencial, como é o caso do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Outro critério essencial é manter o Cadastro Único atualizado a cada dois anos ou sempre que houver mudanças na composição familiar, endereço ou renda. Essa atualização garante que os dados estejam corretos e evita a suspensão do benefício.
Além disso, o Bolsa Família exige que as crianças e adolescentes da família beneficiária frequentem a escola regularmente, garantindo um acompanhamento educacional. A taxa de presença mínima é de 60% para crianças de até seis anos e 75% para estudantes de sete a 18 anos.
As famílias também devem cumprir regras de saúde para continuar recebendo o benefício. Gestantes precisam realizar o pré-natal, e crianças de até sete anos devem estar com a vacinação em dia. Caso algum desses requisitos não seja atendido, o Bolsa Família pode ser suspenso ou até cancelado.
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O MEI pode receber o Bolsa Família?
Sim, o MEI pode receber o Bolsa Família, desde que a renda familiar mensal per capita não ultrapasse meio salário mínimo. Como o Cadastro Único é a porta de entrada para o benefício, o microempreendedor deve estar devidamente inscrito.
A Regra de Proteção se aplica nesse caso?
A Regra de Proteção foi criada para evitar que uma pequena variação na renda familiar cause a perda imediata do Bolsa Família. Dessa forma, mesmo que o MEI passe a ganhar mais do que meio salário mínimo por pessoa, ele ainda pode continuar recebendo o benefício por um período de 24 meses.
Caso o microempreendedor perca renda novamente dentro desse período, ele poderá voltar a receber o valor integral do benefício sem precisar passar por uma nova análise de elegibilidade. Ou seja, de qualquer forma ele está seguro, como os demais.
Essa regra garante maior segurança para as famílias que estão tentando sair da vulnerabilidade econômica, permitindo que o empreendedorismo seja um caminho viável para a independência financeira sem risco de perda imediata do Bolsa Família.
Como o MEI pode receber o Bolsa Família?
Para que um MEI possa receber o Bolsa Família, ele deve seguir alguns passos importantes. O primeiro é se inscrever no Cadastro Único. Esse cadastro pode ser feito no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) mais próximo da residência do empreendedor.
Após a inscrição, os dados são analisados para verificar se a família atende aos critérios de renda do Bolsa Família. Caso o microempreendedor já esteja no programa e formalize seu negócio como MEI, ele deve atualizar o Cadastro Único imediatamente para evitar o bloqueio do benefício.
Documentos necessários para o cadastro
- Documento de identidade (RG ou outro documento oficial com foto)
- Cadastro de Pessoa Física (CPF) de todos os membros da família
- Comprovante de residência atualizado (conta de luz, água ou contrato de aluguel)
- Carteira de trabalho de todos os membros da família (caso possuam)
- Comprovante de renda dos integrantes da família, incluindo declaração de faturamento do MEI
- Certidão de nascimento ou casamento dos integrantes do grupo familiar
- Declaração escolar para crianças e adolescentes menores de 18 anos
Após a entrega da documentação, o governo avalia as informações para determinar se a família pode ingressar ou continuar no programa. Caso o benefício seja concedido, o pagamento será feito por meio da Caixa Econômica Federal, com saques disponíveis pelo aplicativo Caixa Tem.
O Bolsa Família se tornou uma ferramenta fundamental para garantir que milhões de brasileiros tenham acesso a condições básicas de vida. Para os microempreendedores individuais, o programa oferece um suporte essencial no período de transição para a estabilidade financeira.
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