De olho em TUDO! Receita Federal vai acompanhar dados de cartão de crédito e Pix dos cidadãos

Receita Federal passa a monitorar movimentações financeiras no Pix e cartões em 2025. Entenda como funciona o controle e quem deverá prestar informações.

A Receita Federal implementou novas medidas de controle sobre as movimentações financeiras no Brasil. A partir de 2025, as operadoras de cartões de crédito e instituições de pagamento deverão informar ao órgão as transações realizadas por seus clientes.

A obrigatoriedade foi estabelecida pela Instrução Normativa 2.219/2024, e visa ampliar o monitoramento de operações financeiras no país.

O envio de informações será feito de forma semestral, abrangendo tanto dados de movimentações em cartões de crédito quanto transações via Pix. A mudança busca aumentar o controle fiscal e fortalecer a transparência nas operações financeiras, contribuindo para o combate à evasão fiscal.

Receita Federal.
Operadoras de cartão e instituições de pagamento precisarão informar transações à Receita Federal em 2025. Veja o que muda e quais valores serão monitorados. (Foto: Jeane de Oliveira / www.noticiadamanha.com.br).

Quem deve prestar informações à Receita Federal?

Anteriormente, bancos e instituições financeiras tradicionais já tinham a obrigação de repassar informações sobre a movimentação financeira de seus clientes à Receita.

Com a nova norma, essa exigência foi ampliada para operadoras de cartão de crédito e instituições de pagamento, o que inclui:

  • Bancos digitais.
  • Aplicativos e plataformas de pagamento.
  • Empresas de pagamento autorizadas pelo Banco Central.
  • Grandes varejistas e lojas de departamentos que operam pagamentos.

Assim sendo, as entidades precisarão informar movimentações financeiras de seus clientes quando os valores ultrapassarem R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas.

Que tal conferir também?

Quais dados serão monitorados?

O envio das informações será feito por meio do sistema e-Financeira, uma plataforma digital da Receita Federal integrada ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). Essa ferramenta coleta e centraliza dados financeiros, como:

  • Dados de cadastro e abertura de contas.
  • Encerramento de contas.
  • Movimentações financeiras.
  • Operações de resgate, investimentos e previdência privada.

Pagamentos realizados via Pix, transações com cartões de crédito e movimentações em moeda eletrônica estarão incluídos nos registros.

Como será o envio das informações?

As informações deverão ser enviadas de forma semestral ao sistema e-Financeira, obedecendo o seguinte cronograma:

  • Até o último dia útil de agosto: envio referente ao primeiro semestre do ano em curso.
  • Até o último dia útil de fevereiro: envio referente ao segundo semestre do ano anterior.

Por esse motivo, os dados de movimentações feitas em 2025 só começarão a ser repassados à Receita Federal a partir de agosto de 2025.

Por que a Receita Federal implementou essa mudança?

Segundo a própria Receita Federal, a medida foi adotada para reforçar o compromisso internacional do Brasil em aumentar a transparência fiscal e combater a evasão de impostos.

A ideia é garantir que as informações financeiras estejam mais acessíveis para monitoramento de irregularidades e garantir o pagamento correto de tributos.

Esse monitoramento mais detalhado permite ao governo:

  • Evitar sonegação fiscal.
  • Garantir que todas as movimentações financeiras sejam declaradas.
  • Aprimorar o controle sobre grandes volumes de transações não declaradas.

Quem será afetado por essa nova fiscalização?

Essa mudança afeta principalmente pessoas físicas e empresas com alta movimentação financeira. Para a Receita Federal, o foco são transações acima de R$ 5 mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas.

No entanto, isso não significa que valores menores não possam ser monitorados. A Receita possui outras ferramentas para fiscalizar movimentações, especialmente em caso de suspeitas de irregularidades fiscais.