O Banco Central e a Febraban descontinuaram o DOC e TEC em 2024. Saiba o que mudou com o avanço do Pix e outros serviços financeiros.
No início de 2024, o Banco Central, em conjunto com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), anunciou a descontinuação definitiva do Documento de Ordem de Crédito (DOC).
O sistema de transferência bancária, criado em 1985, foi uma das ferramentas mais tradicionais no setor financeiro brasileiro, mas sua utilização caiu drasticamente nos últimos anos.
A decisão de encerrar o serviço reflete as mudanças no comportamento dos consumidores e o avanço de tecnologias mais modernas e acessíveis, como o Pix.
Fim do DOC e sua substituição pelo Pix
O DOC permitia transferências de até R$ 5 mil e era conhecido por processar as transações apenas no próximo dia útil, o que, com o tempo, tornou o serviço menos atraente para os clientes.
Desde a implementação do Pix em 2020, um sistema instantâneo e gratuito, o uso do DOC começou a cair de forma significativa.
Além do DOC, a Transferência Especial de Crédito (TEC), utilizada principalmente por empresas para pagamento de benefícios aos funcionários, também foi descontinuada. Ambas as modalidades foram consideradas obsoletas diante da crescente popularidade do Pix.
Um levantamento da Febraban demonstrou o declínio no uso do DOC. No primeiro semestre de 2023, foram registradas 18,3 milhões de operações via DOC, representando apenas 0,05% do total de 37 bilhões de transações bancárias realizadas no mesmo período.
Em comparação, o Pix registrou impressionantes 17,6 bilhões de transações, consolidando-se como o meio de pagamento favorito dos brasileiros.
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Por que o Pix conquistou os usuários?
O Pix trouxe diversas vantagens que mudaram o cenário das transações financeiras no Brasil. Entre os principais fatores que contribuíram para sua popularidade estão:
- Gratuidade para pessoas físicas: as transações via Pix não geram custos, o que atraiu rapidamente a atenção dos consumidores.
- Instantaneidade: o dinheiro é transferido em segundos, independentemente do dia ou horário.
- Acessibilidade: o Pix pode ser utilizado por meio de aplicativos bancários, o que facilita sua adoção em diversas camadas da população.
- Flexibilidade no valor transacionado: ao contrário do DOC, que tinha um limite de R$ 5 mil, o Pix não possui restrições de valores para transferências dentro de um mesmo banco.
Dados sobre a adesão ao Pix no Brasil
Segundo uma pesquisa do Banco Central realizada entre maio e julho de 2024, 76,4% da população brasileira utiliza o Pix. Entre os entrevistados, 46% afirmaram que essa é sua forma preferida de pagamento, superando até mesmo o uso de dinheiro em espécie e cartões de débito ou crédito.
Esse aumento na adesão ao Pix também reflete uma mudança significativa no panorama de pagamentos no Brasil.
Em 2021, o dinheiro em espécie ainda liderava como o meio de pagamento mais utilizado, com 83,6% da população fazendo uso dele. No entanto, a rapidez e a praticidade oferecidas pelo Pix conquistaram milhões de brasileiros.
Relembre as características do DOC
Para entender melhor o que significou o fim do DOC, confira suas principais características:
- Limite máximo: o valor das transferências não podia ultrapassar R$ 5 mil, enquanto valores superiores eram processados via TED.
- Criação: o sistema foi implementado em 1985 e permaneceu ativo por quase 40 anos.
- Tempo de processamento: o crédito nas contas era efetuado apenas no próximo dia útil, o que limitava sua utilidade em situações urgentes.
- Concorrência com o TED: apesar de coexistirem, o TED, com maior velocidade, começou a superar o DOC em preferência antes da chegada do Pix.
O que muda com o fim do DOC?
O encerramento do DOC e da TEC marca uma nova era para as transações financeiras no Brasil. Essa decisão reflete uma tendência global de modernização dos sistemas de pagamento e maior integração tecnológica no setor bancário.
O Pix, com sua agilidade e eficiência, se consolidou como uma solução prática, econômica e inclusiva para milhões de brasileiros.