Brasileiro diz que criou há 25 anos o que Elon Musk fez agora

Em entrevista à Forbes Brasil, o renomado neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, Professor Emérito da Universidade de Duke, compartilha insights sobre os avanços nas interfaces cérebro-máquina não invasivas e expressa preocupações sobre a abordagem de Elon Musk à ética na ciência.

Brasileiro diz que criou há 25 anos o que Elon Musk fez agora | Mike Blake | Reuters

Trajetória notável de Nicolelis

Com uma carreira distinta de mais de três décadas na neurociência e engenharia biomédica, Nicolelis é reconhecido globalmente por suas contribuições inovadoras. Formado pela Universidade de São Paulo (USP) e com Ph.D pela Universidade de Hahnemann nos EUA, ele se destacou no cenário internacional, especialmente na Universidade de Duke, conhecida por sua excelência acadêmica.

Seu trabalho ganhou atenção mundial durante a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, onde liderou um projeto revolucionário permitindo que um jovem paraplégico desse um chute simbólico na bola de abertura, utilizando um exoesqueleto controlado por uma interface cérebro-máquina.

Veja mais sobre: Elon Musk revela detalhes do seu super aplicativo; confira

Questionamentos éticos sobre avanços tecnológicos

Recentemente, o debate em torno das interfaces cérebro-máquina foi reacendido por Elon Musk e sua startup Neuralink, que anunciou a implantação de um chip em um humano. Nicolelis critica a narrativa de pioneirismo atribuída a Musk, lembrando que sua própria pesquisa já havia alcançado marcos semelhantes há duas décadas.

“Eu criei as técnicas de implante para interfaces cérebro-máquina há 25 anos”, afirma Nicolelis, destacando a importância de reconhecer os verdadeiros avanços na área e a necessidade de um compromisso ético rigoroso na condução dessas pesquisas.

Você pode gostar: Por que especialistas temem o chip cerebral de Elon Musk

Expansão do instituto Nicolelis

Agora, voltando sua atenção para o Instituto Nicolelis de Estudos Avançados do Cérebro, o cientista busca expandir seu impacto, visando ajudar mais de um bilhão de pessoas afetadas por doenças medulares e neurológicas. Aposentado de seu cargo acadêmico, Nicolelis continua dedicado a fazer avanços significativos na neurociência, com um olhar atento à responsabilidade ética que acompanha a inovação tecnológica.

A jornada de Miguel Nicolelis e seus comentários sobre a ética na ciência ressaltam a importância de abordar os avanços tecnológicos com cautela, responsabilidade e reconhecimento apropriado das contribuições pioneiras.

À medida que a neurociência continua a evoluir, a visão e experiência de Nicolelis permanecem essenciais para orientar o caminho em direção a descobertas que respeitem tanto o potencial humano quanto os limites éticos.

Você pode gostar: As 5 invenções de Elon Musk e suas empresas que você não conhecia