Integrante da OMS alerta que “doença X” mata 20 vezes mais que Covid

Um alto funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu sobre a potencial ameaça da “Doença X”, um termo hipotético usado para se referir a uma futura pandemia desconhecida que poderia ser 20 vezes mais mortal do que a Covid-19.

A pandemia de Covid-19 representou um desafio sem precedentes para os sistemas de saúde pública e a pesquisa científica. (Foto divulgação)
A pandemia de Covid-19 representou um desafio sem precedentes para os sistemas de saúde pública e a pesquisa científica. (Foto divulgação)

OMS alerta: “Doença X” mata 20 vezes mais que Covid

Durante uma conferência de imprensa em Genebra, Suíça, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizou a necessidade de preparação e vigilância para enfrentar tal ameaça. A “Doença X” é uma preocupação crescente devido ao aumento da interação humana com habitats de animais, aumentando o risco de novos patógenos.

Recentemente, um novo laboratório no Reino Unido, Porton Down, foi inaugurado para ajudar a combater essa ameaça. Esse centro de pesquisa de vacinas de última geração trabalhará para garantir que futuras pandemias sejam interrompidas rapidamente e não causem o mesmo impacto devastador que a Covid-19.

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Impacto da Interferência Humana nos Habitats de Animais

A interação humana com habitats de animais selvagens tem desempenhado um papel significativo no surgimento de doenças infecciosas. Exemplos notáveis incluem o Ebola e a AIDS, ambas originadas de vírus presentes em animais selvagens que foram transmitidos aos humanos.

O Ebola, por exemplo, é acreditado ter se originado de morcegos-frugívoros na África, com a destruição do habitat natural desses animais levando a um maior contato com as comunidades humanas. Da mesma forma, acredita-se que o HIV tenha se originado de primatas na África Central e foi transferido para humanos através da caça e consumo de carne de caça.

Esses casos ilustram como a invasão de habitats naturais e a exploração da vida selvagem podem facilitar a transmissão de patógenos entre espécies, levando a surtos graves.

Zoonoses e a Emergência de Novas Doenças

Zoonoses, doenças que são naturalmente transmissíveis de animais vertebrados para humanos, representam uma grande preocupação à saúde global, exacerbada pela interação humana com ecossistemas animais.

Um exemplo recente é a pandemia de Covid-19, que se suspeita ter se originado de morcegos e possivelmente passado para humanos através de outro hospedeiro animal em um mercado em Wuhan, China. A gripe aviária e a gripe suína também são exemplos de zoonoses que causaram preocupações globais.

Essas doenças emergentes frequentemente surgem em áreas onde o desenvolvimento humano perturba ecossistemas selvagens, aumentando o contato entre humanos e animais selvagens e, consequentemente, o risco de transmissão de patógenos.

Esses casos reforçam a necessidade urgente de uma melhor gestão dos ecossistemas naturais e um maior entendimento das interações entre saúde humana, animal e ambiental.

A pandemia de Covid-19

A pandemia de Covid-19, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, teve início no final de 2019 em Wuhan, China, e rapidamente se espalhou pelo mundo, tornando-se uma das crises de saúde mais graves do século XXI.

Caracterizada por sintomas que variam de leves a graves, incluindo febre, tosse e dificuldade para respirar, a Covid-19 mostrou uma capacidade alarmante de transmissão, levando a um número sem precedentes de infecções e mortes.

Governos ao redor do mundo foram forçados a adotar medidas drásticas, incluindo lockdowns e restrições de viagens, para conter a disseminação do vírus. O impacto da pandemia foi sentido em todos os aspectos da vida, desde a economia global, que sofreu uma recessão significativa, até mudanças profundas no cotidiano e nas interações sociais das pessoas.

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