Você gosta de cheiro de gasolina? Existe uma explicação para isso

Se você é uma daquelas pessoas simplesmente viciada no cheiro da gasolina, não se preocupe, pois você não está sozinho. Existe uma explicação científica para isso. Duas teorias se destacam: a conexão com memórias e um efeito que pode ser considerado como um entorpecente. Continue lendo, mais abaixo, para entender os reais efeitos da gasolina no nosso cérebro e o porquê do seu cheiro ser tão ‘sedutor’.

Se você é uma daquelas pessoas simplesmente viciada no cheiro da gasolina, não se preocupe, pois você não está sozinho. Existe uma explicação científica para isso. Duas teorias se destacam: a conexão com memórias e um efeito que pode ser considerado como um entorpecente. Continue lendo, mais abaixo, para entender os reais efeitos da gasolina no nosso cérebro e o porquê do seu cheiro ser tão 'sedutor'.
Entenda o porquê muitas pessoas acham o cheiro da gasolina tão irresistível. | Foto: montagem / reprodução

Cheirinho irresistível

Você é alguém que, ao chegar no posto de gasolina, fecha todas as janelas do carro ou, ao contrário, abre os vidros e aprecia o aroma da gasolina? Se você faz parte do segundo grupo e resiste em admitir essa peculiaridade, não se preocupe, você definitivamente não está sozinho(a).

Existe uma explicação científica para essa preferência. Duas teorias se destacam: a conexão com memórias e os efeitos dos compostos químicos presentes na gasolina, que podem ser comparados a entorpecentes. Ficou curioso(a)? Veja a seguir, algumas curiosidades e a verdadeira explicação sobre o porquê o cheiro deste combustível é tão atrativo para muitas pessoas.

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O caminho do cheiro da gasolina até o cérebro

O aroma da gasolina, como todos os odores, consiste em moléculas voláteis que se dispersam no ar. Ao inspirarmos, essas moléculas entram pelo nariz e se fixam no epitélio olfatório, onde se encontram neurônios sensoriais olfativos.

Esses neurônios se conectam ao cérebro através dos bulbos olfativos. Essas informações olfativas então seguem para o córtex olfatório primário, que está ligado ao sistema límbico – onde a amígdala e o hipocampo, responsáveis pela emoção, estão localizados. Em seguida, essas informações chegam ao córtex orbitofrontal, que também processa sinais relacionados ao paladar. Por fim, as informações são transmitidas para o neocórtex, onde ocorre o processamento cognitivo.

As duas teorias que podem explicar o ‘vício’ no cheiro de gasolina

1. Nostalgia provocada pelo cheiro

A primeira teoria para explicar a atração pelo cheiro da gasolina está ligada à possibilidade de que esse aroma desperte memórias nostálgicas. Essas lembranças podem estar associadas a momentos especiais, como passeios marcantes ou viagens de carro no verão. Esse fenômeno é conhecido como “fenômeno Proust”, em referência ao escritor Marcel Proust, que descreveu uma memória vívida desencadeada pelo cheiro de biscoitos madalenas embebidos em chá.

Uma ampla pesquisa conduzida em 1987 pela revista norte-americana National Geographic evidenciou o “fenômeno Proust”. Cerca de 1,5 milhão de participantes cheiraram cartões com seis diferentes odores, e 55% dos indivíduos na faixa dos 20 anos relataram uma memória vívida evocada por um desses cheiros.

2. O aroma que entorpece

A segunda hipótese científica para a atração pelo cheiro da gasolina está relacionada ao poder entorpecente do benzeno, um composto presente no combustível. Apesar de representar apenas 1% da gasolina, o benzeno é capaz de liberar dopamina, gerando uma sensação temporária de euforia. Isso acontece porque ele evapora rapidamente, difundindo o seu forte odor no ambiente. É importante mencionar que o benzeno é altamente tóxico e cancerígeno, sendo considerado prejudicial à saúde.

Independente da razão por trás desse gosto particular, é interessante observar que muitas pessoas compartilham dessa atração pelo cheiro da gasolina. Tanto é verdade que a fabricante de automóveis Ford lançou um perfume em 2021 com o aroma da gasolina, destinado especialmente a motoristas de veículos elétricos que sentem falta desse cheiro – segundo a marca, isso se aplica a 70% dos compradores de carros elétricos.

Preferências olfativas universais

Apesar das diferenças individuais, estudos realizados por cientistas suecos e britânicos revelaram que, em geral, os seres humanos possuem preferências olfativas semelhantes, o que está relacionado à evolução. A habilidade de identificar odores “suspeitos”, como o cheiro de alimentos em decomposição, desempenhou um papel crucial na sobrevivência da espécie.

Essa conclusão foi alcançada através de um experimento que envolveu mais de 200 pessoas de diferentes culturas e países. Curiosamente, o estudo também revelou que a fragrância preferida entre as pessoas é a baunilha, enquanto o aroma menos agradável é o ácido isovalérico, presente em queijos, suco de maçã e, infelizmente, também associado ao mau odor dos pés.

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