Deflação de junho: produtos ficarão mais baratos aos brasileiros; será?

O Brasil registrou deflação de 0,08% em junho deste ano, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. Foi a primeira queda no IPCA desde setembro do ano passado. A deflação sem dúvida é uma ótima notícia para o bolso do brasileiro que economiza em alguns produtos, mas será que tudo o que é consumido pelo brasileiro caiu de preço? A resposta é “nem tudo”. Entenda melhor como funciona a deflação mais abaixo.

Inflação descubra quais produtos ficaram MAIS CAROS no Brasil
Veja as últimas notícias sobre a inflação. Imagem: xb100 / FreePik

O que é deflação?

Em definição simples, a palavra deflação é justamente o contrário de inflação, ou seja, um decréscimo, ou, se preferir, uma queda na média dos preços. Seria basicamente uma inflação negativa. No entanto, no panorama recente do país, isso não significa que todos os preços tiveram queda, já que alguns setores tiveram redução de preços enquanto outros ficaram mais caros do que antes da deflação do mês passado.

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O que ficou mais barato com a deflação de junho?

Segundo informações do IBGE, metade dos mais de 300 produtos e serviços pesquisados pelo Instituto ficaram mais baratos em junho. O chamado índice de difusão da inflação caiu para 50% no mês, contra 56% em maio.

O resultado de junho que deixou o consumidor brasileiro animado foi influenciado principalmente pelas quedas nos preços no setor de alimentação e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%). Segundo o IBGE, os dois grupos contribuíram, sozinhos, com -0,22 ponto percentual no índice do mês.

Óleo de soja (-8,96%), frutas (-3,38%), leite longa vida (-2,68%) e carnes (-2,10%) ficaram mais baratos em junho. Também houve queda nos preços do óleo diesel (-6,68%), do etanol (-5,11%), do gás veicular (-2,77%), da gasolina (-1,14%) e da energia elétrica residencial (1,43%).

Há algum problema quando existe deflação?

No momento atual a deflação é mais do que positiva e é para ser comemorada. A queda de preços inevitavelmente traz um alívio ao bolso para os consumidores, além de melhorar o poder de compra e estimular o consumo. A inflação negativa pode ser um risco apenas se ela for muito duradoura, por um ano inteiro, por exemplo, pois poderá provocar o efeito contrário: a disparada da inflação.

Quando a deflação é contínua, as indústrias podem parar de produzir porque o preço de venda não é o desejado. Isso causa desemprego e a economia vai parando. Com mais demissões, o consumo é reduzido expressivamente e as indústrias acabam cortando a produção novamente, causando o chamado efeito dominó.

Inflação no final do ano

Mas, como mencionado mais acima, o período recente de deflação é para ser comemorado, principalmente se voltarmos a um passado bem recente. Em 12 meses, a inflação mostrou desaceleração. O IPCA já acumula alta de 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores..

A expectativa do mercado, segundo previsão do boletim Focus, é de que a inflação feche 2023 em 4,95%. A previsão já caiu pela oitava semana consecutiva. No ano passado, a inflação fechou com alta de 5,79%.

É comum o consumidor perceber uma diferença entre o índice oficial e o sentido no bolso. Isso acontece porque os índices de inflação são usados para medir a variação dos preços e o impacto no custo de vida da população. A inflação que as pessoas sentem no bolso é bem maior que o índice oficial. Isso é normal e não quer dizer que o dado oficial seja fraudado.

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