Descubra por que o salário mínimo ideal deveria ser 5 vezes maior

Salário mínimo ideal – A Medida Provisória (MP) 1.172/23 veio ao público, trazendo um ajuste que atinge diretamente o bolso dos trabalhadores brasileiros. A partir do dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, o valor do salário mínimo nacional passou a ser R$ 1.320, uma alteração do anterior R$ 1.302. Embora essa novidade possa parecer positiva, a realidade econômica brasileira aponta para uma discrepância significativa entre o piso salarial atual e o que seria considerado ideal, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese).

Descubra por que o salário mínimo ideal deveria ser 5 vezes maior
Segundo o Dieese, o salário mínimo ideal deveria ser 5 vezes maior do que o atual para atender às necessidades básicas das famílias brasileiras. Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / pronatec.pro.br

Qual é o salário mínimo ideal?

O Dieese realizou um levantamento detalhado, levando em conta os custos médios da vida cotidiana de um trabalhador com uma família de quatro pessoas. Considerando despesas de moradia, alimentação, saúde, educação, higiene, transporte, lazer, previdência e vestuário, o departamento concluiu que o salário mínimo necessário para sustentar essa família deveria ser cinco vezes maior do que o atual, somando R$ 6.652,09, especificamente a partir de maio.

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Para alcançar esse valor, o Dieese levou em consideração o custo da cesta básica mais cara do país, que no início do ano foi a do estado de São Paulo, com um valor já alto de R$ 780,23 em abril. A importância da cesta básica para a avaliação do salário mínimo ideal é central na pesquisa do Dieese, visto que ela representa um conjunto de alimentos básicos essenciais para uma família de quatro pessoas.

Além do custo da cesta básica, o Dieese faz um balanço mensal das variações desses valores nas capitais brasileiras, onde realiza a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA). A pesquisa mais recente, publicada na terça-feira (06/06), aponta que o valor das cestas básicas diminuiu em 11 das 17 capitais pesquisadas.

Contudo, ao comparar o valor da cesta básica deste ano com o do ano passado, a pesquisa indica que houve um aumento nos preços em 14 capitais. Essas variações foram de 0,98% em Aracaju a 7,03% em Fortaleza, demonstrando uma realidade preocupante para os trabalhadores brasileiros.

Renda insuficiente

A pesquisa revelou ainda que, apesar do reajuste salarial em maio, o salário mínimo ainda é insuficiente para a manutenção de uma família de quatro pessoas. Em abril, o salário mínimo necessário era de R$ 6.676,11, 5,13 vezes o piso salarial. Com o reajuste para R$ 1.320, o valor necessário caiu para R$ 6.652,09, ainda assim, 5,04 vezes o mínimo.

O impacto deste descompasso se torna mais evidente quando analisamos a relação entre o custo da cesta básica e o piso salarial. Mesmo com o desconto de 7,5% da Previdência Social, um trabalhador que recebe o salário mínimo precisaria comprometer, em média, 55,68% de seu rendimento mensal para a aquisição de produtos alimentícios básicos. Em abril, antes do reajuste, esse percentual era de 56,61%.

A pesquisa do Dieese, que é divulgada mensalmente desde julho de 1994, utiliza dados de 13 produtos alimentícios na maioria das capitais do país, bem como o piso nacional e as diretrizes da Constituição Federal. Por meio dos dados do PNCBA, é possível estudar e refletir sobre o valor da alimentação básica no país, além de fazer inferências sobre outras áreas influenciadas pelas contas do trabalhador médio brasileiro. Essas informações são fundamentais para entender a realidade econômica do país e as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores que recebem salário mínimo.

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